sábado, 25 de junho de 2011

Chuveirinho

"Engraçado. Já notou que, mesmo que o resto do shopping esteja vazio, a praça de alimentação tá sempre cheia?"

"Mas claro. Tu já viu falir alguma fábrica de papel higiênico?"


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Procedimento padrão (passo a passo) para uso do banheiro público:

1. Entre no box. Certifique-se de que a tranca funciona.

2. Tire seu casaco e pendure no pendurador ao lado.

3. Vomite.

4. Repare que a alface do McDonald's é mais difícil de digerir. Daria até pra lavar os pedaços de novo e colocar num big mac.

5. Aproveite o sabonete líquido e o secador de mãos, coisas que você não tem no banheiro da sua casa.

quinta-feira, 17 de março de 2011

I quit girls

No curso de Tradutor e Intérprete, a maioria dos alunos da turma tinham lá seus vinte e poucos, alguns até com mais de trinta. Eu era o mais novo da turma, com meus 17 anos recém feitos. Eu e uma colega mais velha (já era mãe de família e tudo) esperávamos a aula começar do lado de fora da sala, que estava trancada. Fomos os primeiros a chegar. Sentamos no corredor e eu logo puxei o meu mangá dos Cavaleiros Do Zodíaco da mochila e comecei a ler.
"Oh, que bonitinho! Lendo revistinha em quadrinhos!", disse a guria, sarcástica, rindo-se toda (no fundo ela me achava meigo. Até me convidara pra uma festa no segundo dia de aula. Mas isso já é outra história).
"Tá, né." Não falei nada. Fiquei sem saber o que dizer.
Logo mais chegou um outro colega. estudante de filosofia, metido a intelectual, sério. Logo a guria disse pra ele:
"Olha só, ele tá lendo revistinha em quadrinhos!"
O cara mal se virou e os olhos dele brilharam:
"Baaaaaaaaaaaaaah! Cavaleiros Do Zodíaco!! Deixa eu dar uma olhada!"
A guria ficou com cara de tacho. Eu devo ter feito uma cara triunfante de "viu só?".
Enquanto o Mister filosofia folhava o meu mangá, chega outro colega. Esse era aquele cara realmente sério, esforçado, inteligente, líder da turma, de quem todo mundo copiava o tema - e sim, depois dos vinte tem gente que ainda copia tema. O jeito como ele exclamou foi tão idêntico, tão digno de um déjà vu, que vou até dar ctrl+c ctrl+v na frase de antes:
"Baaaaaaaaaaaaaah! Cavaleiros Do Zodíaco!! Deixa eu dar uma olhada!"
A guria fez uma cara de "não acredito nisso." Agora dava pra ver que não conhecer Cavaleiros do Zodíaco é uma afronta a um jovem que teve uma televisão na infância.
Nós três ficamos conversando sobre a série até começar a aula. E a guria ficou ali, sem saber o que dizer.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Assoprando a poiera do livro de português

Na sexta série, a professora demorava tanto pra mandar a gente tirar o livro de português da mochila que, quando a gente finalmente pegava ele, fingia assoprar uma poeira imaginária gerada pela falta de uso.

Enfim, tirando a poeira do blog.

Virou o ano desde o último post, eu ainda não tomei banho esse ano e meus amigos ainda não sabem da existência dele, etc.

Já falei que ainda não tomei banho esse ano?

Bem, finalmente as coisas parecem andar. Bem devagar, aliás. Mas estão andando.


domingo, 28 de novembro de 2010

Visite a nossa cozinha

Eu sempre uso o google pra achar esse blog aqui.

Hoje eu tive a sorte de pegar um filme bem legal na tevê, e quando terminou já não era mais domingo.

O ryot (aqui) teve a idéia de querer pagar metade da passagem no ônibus lotado, pois só ocupava metade do espaço e tal.

Da próxima vez que eu comprar iogurte vou pedir pra pagar metade do preço, porque ele vem pela metade.

E o título é uma música dos Ambervisions!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Um plágio, sim?

nota mental:

as mulheres seguem a vida
e nós, as mulheres

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Recordar é lembrar e vice-versa. Ou não. Sei lá também.

É engraçado como eu troco meia dúzia de palavras com as meninas e logo elas me tiram pra amiguinho. Acho que eu sou um bom ouvinte, sei lá.
Eu tinha uma colega que era um pedaço de céu. Ruiva, olhos claros, corpo escultural, tudo no lugar, peitos bonitos (não muito grandes) e uma bela bunda. E se essa descrição está muito machista; pro seu governo ela era inteligente, tinha uma voz bonita, curtia metal e gostava de Tolkien.
Eu, é claro, nunca cheguei nela. Mas um dia aconteceu de a gente começar uma conversa. Não foi culpa minha, juro! Sou inocente. Nem lembro como a conversa começou, mas logo ela já estava falando do namorado. Não sei porquê diabos elas teimam em vir falar sobre isso comigo, como se eu estivesse muitíssimo interessado no assunto.
Enfim, ela ficava triste porque o garotão não dava atenção pra ela. Os dois moravam juntos, trabalhavam juntos e tudo mais. E o cara não dava atenção pra ela. Não dava carinho pra ela. Diz ela que o cara ficava jogando "Diablo" no computador enquanto ela limpava a casa. Ele prefiria jogar um joguinho medieval tosco ao invés de passar mais tempo com aquela figura angelical de cabelos da cor do inferno. Veja bem.
Cara, se eu tivesse uma mulher que nem ela, eu jogava todos os meus video-games pela janela. Sério. Meu computador também. E as cartas de Magic e a coleção de quadrinhos. Tudo.
E o que mais me admira é que esses dias encontrei ela num bar, depois de uns anos sem se falar. E ela ainda está com ele. Vai entender.


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Quando eu era criança, tinha que comprar cigarros pra minha mãe. Eu atravessava a rua e ia lá comprar. Minha mãe ficava muito nervosa quando não tinha cigarros. Ela ficava mais agressiva, xingava por qualquer motivo. E nem sempre eu conseguia comprar os benditos cigarros, pois eu era menor de idade, e a tia do mercadinho só vendia pra mim quando tava de bom humor, quando tinha feito sexo, sei lá. E quando eu chegava em casa sem cigarros, já estava mentalmente preparado pra levar um xingão. Afinal, cigarro era um assunto sério naquela casa.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Auto-ajuda

Um dia na sua vida alguma pessoa que você provavelmente não vai muito com a cara vai querer te emprestar (empurrar goela abaixo) um livro de AUTO-AJUDA. Aqueles encadernados de folhas que ficam na vitrine da revistaria e geralmente custam R$49,90. Aqueles que aparecem no topo da lista de mais vendidos da Revista Veja (grande coisa). Você conhece eles. Estão por toda parte. Mas enfim, alguma pessoa com um alto teor de felicidade e realização pessoal (e de orientação espiritual um tanto quanto duvidosa) te emprestou aquele "auto-ajuda" do momento pra você ler, garantindo que o mesmo irá mudar sua vida. Os procedimentos a serem seguidos em tal situação são de fácil acesso:

- Agradeça a pessoa infinitamente. Diga que vai reservar algumas horas do dia para ler o livro.
- Reserve, de fato, algumas horas do dia para ler o livro.
- É de suma importância que você não abra o livro, pois pode danificar a cola da lombada, o que acarretará na desvalorização do produto quando for vendido a um sebo posteriormente.
- Use as horas do dia que você reservou para sair por aí caminhando sem rumo pelo seu bairro, ligar pra sua tia-avó de sétimo grau que mora em Nova Santa Rita e dizer que está com saudade, comprar uma revista de tatuagem e olhar apenas as gravuras, correr de costas até uma praça e abraçar uma árvore. Lembre-se que você não deve, em hipótese alguma, ler o livro de auto-ajuda que lhe foi emprestado.
- Aproveite e jogue a sua televisão pela janela.
- Entre na internet e feche suas contas em metade das redes sociais em que você está inscrito.
- Cuidado pra não acertar ninguém quando atirar a televisão pela janela.
- Pelo amor de Deus, não use aquela porra de Filtro Solar. Vá à praia em dias nublados.
- Quando for devolver o livro à pessoa, dê o seu maior sorriso colgate e diga "adorei, mudou minha vida."